Fazendinha

Com um feriadão de sol e o salário nas mãos, muita gente não titubeou e decidou viajar, principalmente para a praia.  Para muitos, vale o sacrifício de ficar atracado num engarrafamento monstro por horas a fio para desfrutar de alguns dias fora do tumulto da vida urbana.  

Nesse caso eu já sou bem enjoada: eu não gosto de sofrer.  Porque se é para passar perrengue, dormir em colchonete, sofrer com falta de água e ficar num lugar entupido de gente... eu prefiro ficar por aqui mesmo.  E se for o caso de ir para a região dos lagos, aí é que eu não me importo mesmo, porque praia também tem por aqui, e a mesma água que bate lá, bate cá.  Meu lema é: só saio de casa para ir a algum lugar igual ou melhor que minha casa.  Eu disse "melhor", não chique, requintado, até porque eu não moro num palacete, mas não abro mão de um mínimo de conforto só por causa de um feriado prolongado. Não tenho mais paciência ou idade para isso. Eu sei, eu sou chata, mas de tanto insistir nessa tese já convenci algumas pessoas de que às vezes esse esforço todo não vale a pena.  Então, às vezes é melhor ficar quietinha no seu canto a ter que pagar, literalmente, para se aborrecer.

E para aproveitar o feriadão com veranico, resolvemos levar Davi para visitar a Fazendinha - Estação Natureza.  Como eu já falei por aqui, Davi é aquela típica criança que mora em apartamento e passa o dia todo em creche, ou seja, contato com a natureza só não beira ao zero por causa do pomarzinho que temos nos fundos do prédio.  Mas em relação a conhecer animais e a andar com o pé na lama, o índice é zero mesmo, então, nada melhor do que conhecer in loco animais que eram tão comuns de se conviver na infância de muita gente, como a minha, por exemplo.

Assim que chegamos Davi já saiu correndo atrás do primeiro pato e da galinha que viu pela frente. Se ele não tem medo de cachorro - qualquer cachorro - não seria um animal penudo que iria intimidá-lo.





E lá ia ele, tentando caçar galinha, galo ou pato e já entrando no "clima de fazenda", ou seja, colocando o pé no chão e se enchendo de poeira. A primeira parada foi na sessão dos bodes e derivados.






Depois fomos ver bois e vacas, quer dizer, O boi e algumas vacas.  Aliás, que boi enorme, gente! 




As crianças também podiam montar a cavalo, mas.... quem disse que o Davi quis?  Empacou, emburrou, embirrou, enfim...o básico.

E como o tempo pedia um banho, lá tem um espaço cimentado por onde saem alguns jatinhos de água, então, com sua indefectível sunga azul, Davi aproveitou para esfriar a cabeça e o corpo.



Depois de um tira e bota de sunga e cueca - e ele ainda queria ficar pelado - fomos mostrando outros bichos, até chegarmos ao chiqueiro.  

Agora, uma pausa, meu povo: como eu já falei nesse post, nem todo mundo nasceu para ter contato com bichos.  Eu entendo perfeitamente, pois, apesar de gostar de aves e mamíferos, eu tenho verdadeiro p-a-v-o-r de répteis, anfíbios ou qualquer animal rastejante. Chego a ter pesadelos com lagartixa, a ponto de acordar gritando e acho que se algum dia alguma cair sobre mim, eu morro, no mínimo.  Porém, uma vez que a pessoa se propõe a visitar um lugar chamado "Fazendinha", é de se esperar um ambiente natural, com cheiro de bicho, com lama, terra batida, titica de galinha, bosta de cavalo e de boi, só para citar o básico.

Então, esse negócio de ter nojinho disso e daquilo não tem espaço num lugar como esse.  Eu deixo o Davi super à vontade, principalmente descalço, já que ele fica calçado o dia inteirinho. Quero mais é que ele corra atrás das galinhas, que toque nos animais, que fique todo empoeirado.  Claro, como eu também falei no post citado acima, não precisa ter contato com excrementos, porque tudo tem limites. Agora, se não for assim, o melhor é ir para o shopping center mais próximo, porque lá vai ter ar condicionado e animais de plástico.

Por que essa pausa? Porque quando estávamos visitando os chiqueiros, me chega uma dona, toda trabalhada na sandália de saltinho, e solta um "ai, que noooooooooojo!" retumbante.  Pergunto: de onde ela pensa que vem a linguiça que ela come na churrascaria do shopping onde ela vai??? Do Mac Donalds? Me deu uma vontade enorme de jogá-la dentro de um dos chiqueiros, só não o fiz porque eles estavam muito limpinhos.  Uma outra não queria que o filho pisasse na lama..... aff, esse tipo de frescura cansa muito a minha beleza. Por último, por que levar criança de calça comprida jeans, sapato fechado, galocha e casaco para um lugar desses?  Sim, porque tinha criança de galocha de chuva.  Será que eu é que não sou muito normal?

Fim da pausa e de volta aos porcos...

Davi queria entrar no chiqueiro, mas, claro, não podia, e eu tenho sempre um pé atrás com porcos, porque às vezes eles são meio temperamentais, principalmente com as crias por perto (como qualquer mãe, né!).

 






Achei a ideia da Fazendinha muito bacana, um espaço rural em plena cidade grande - apesar de ser longe, num lugar bem rural também, mas esperava bem mais do que vi.  Bem que poderiam incrementá-lo mais, pois havia alguns espaços mal conservados e que poderiam ser um bom atrativo para os visitantes.

O preço dos comes e bebes também é bem salgado, quase abusivo, mas como sou meio prevenida, levei um farnel bem recheado de biscoitos, sucos e sanduíches, porque eu prefiro pecar pelo excesso a ter que sofrer com a falta.

Não demoramos muito, porque quando o sono do meio dia chega, Davi fica insuportável e aí começa a choramingar e fica muito enjoado.



 
Corra, Galinha, corra!


Eu acho que Davi curtiu bastante, até mesmo para ter contato direto com a natureza e com bichos que não fossem só cachorros ou gatos.  Mas eu acho que ele queria levar uma galinha para casa, sabe.

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